O passeio de motos com Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (15) contou com 3.703 motocicletas, segundo dados divulgados pela Secretaria de Logística e Transportes (SLT) e a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).
Em 2021, na primeira edição do evento, a Artesp registrou a passagem de 6.661 motos nas praças de pedágio da Rodovia dos Bandeirantes durante o evento. Nas duas ocasiões, o grupo saiu da capital paulista e foi até o interior, causando interdição da via.
Segundo nota divulgada pela Artesp e pela secretaria, ambos órgãos do governo do estado de São Paulo, os dados desta sexta foram registrados após as passagens das motos que participaram do passeio batizado de “Acelera Para Cristo” nas praças de pedágio da Rodovia dos Bandeirantes nos municípios paulistas de Campo Limpo, Itupeva e Sumaré.
Antes do evento, os organizadores diziam que a expectativa era a de reunir aproximadamente 2 milhões de motos.
Em 12 de junho do ano passado, quando Bolsonaro e seus apoiadores também participaram da edição anterior do mesmo evento, a Artesp informou que a contagem de motocicletas foi feita entre 11h e 12h30 no pedágio de Campo Limpo Paulista, na altura do km 39 da rodovia, logo no início do passeio em apoio ao presidente.
Àquela época, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) estimou que o evento de 2021 teve a presença de cerca de 12 mil motos na região do sambódromo do Anhembi, em Santana, na Zona Norte da capital paulista, onde ocorreu a concentração. Bolsonaro também participou daquele passeio, pilotando sua moto num bate-volta até Jundiaí, num percurso de 130 km de distância.
Passeio de 2022
Os organizadores disseram naquela ocasião que o encontro tinha reunido cerca de 1,3 milhão de motos.
Na última sexta, o presidente participou do passeio, pilotando sua moto, que saiu do lado do Anhembi, na cidade de São Paulo, e seguiu até Americana, cidade do interior paulista, onde ele falou, entre outras coisas, que o acordo entre o aplicativo de mensagens WhatsApp e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) representa “censura” e que, para ele, “não tem validade”.
O trecho entre Sumaré e Americana foi feito pela Rodovia Luiz de Queiroz, que pertence a outra empresa responsável por administrar a estrada.
Os números de 3,7 mil motos, segundo nota conjunta divulgada Artesp e pela pasta de Logística, são da CCR AutoBan, concessionária que administra o Sistema Anhanguera-Bandeirantes. Eles foram coletados “através do Sistema de Monitoramento de Informações de Pedágio (MIP)”. Vale lembrar que motocicletas não pagam pedágio nesse trecho da rodovia, mas passam por um corredor ao lado das praças onde precisam reduzir a velocidade e são monitoradas.
Além de Bolsonaro, que é pré-candidato à reeleição, Tarcísio Freitas (Republicanos), pré-candidato ao governo de São Paulo, também participou do evento desta sexta.
O passeio de motos da motos da capital paulista até Americana provocou congestionamentos em estradas devido ao bloqueio de trechos da Rodovia dos Bandeirantes.
No Twitter, o pré-candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou o ato. “A gasolina cara leva a inflação nas alturas. Mas a prioridade para alguns é fazer motociata sem destino usando combustível caro e comprado com dinheiro público enquanto o povo sofre”, escreveu o ex-presidente.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que não foram registrados acidentes envolvendo os participantes do evento na capital. De acordo com a CCR Autoban, foi registrado apenas um acidente, em Jundiaí, envolvendo dois participantes do passeio. Eles ficaram levemente feridos e foram encaminhados a unidades de saúde da cidade.
A Bandeirantes ficou bloqueada do km 13, na capital paulista, ao km 134, em Santa Bárbara d’Oeste, no interior do estado, das 8h às 13h05. O tráfego no sentido interior ficou totalmente interrompido, incluindo todos os acessos à rodovia que fazem esse trajeto.
Também houve interdição na Rodovia Luiz de Queiroz, que conecta a Bandeirantes à cidade de Americana, na sentido Anhanguera.
No Rodoanel, o tráfego foi interrompido momentaneamente nos dois sentidos, na altura dos acessos à Bandeirantes, e liberado depois da passagem do presidente.
Como alternativa, a Artesp recomendou que os motoristas utilizassem a Rodovia Anhanguera. De acordo com a CCR AutoBan, por volta de 12h30 eram 34 km de lentidão na Anhanguera entre Campinas (kms 92 e 98), Jundiaí (kms 50 e 54) e Cajamar (entre kms 15 e 39). Na Bandeirantes, eram 19 km de congestionamento em Jundiaí (52 a 71).
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou, por nota, que seria gasto cerca de R$ 1 milhão com o reforço no policiamento para o passeio desta sexta. Segundo a pasta, o patrulhamento será intensificado nas imediações do local de concentração, na Avenida Olavo Fontoura, na capital, e também local de dispersão, em Americana.
Fonte: G1