A proposta de desenvolver uma economia verde, pautada em processos sustentáveis com respeito ao meio ambiente, está cada vez mais em destaque, mas ainda sem sua relevância reconhecida. Para evidenciar a importância do tema, o Hub de Bioeconomia Amazônica, iniciativa vinculada à Green Economy Coalition (GEC) e secretariada pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), promoverá um evento virtual, na quarta-feira, dia 23 de março, das 11h às 12h30 (horário de Brasília), para lançar o estudo “Economia verde na Amazônia no contexto da COVID-19: o capital natural no centro das decisões políticas e econômicas”.
O Hub de Bioeconomia Amazônica visa acelerar a transição para uma nova economia verde e inclusiva na Amazônia. No encontro virtual, que é aberto ao público e poderá ser acompanhado pelo canal da FAS no YouTube, será apresentado o estudo coordenado pelo Hub, em parceria com o Programa Economics for Nature do GEC e o International Institute for Environment and Development (IIED), e financiado pela MAVA Foundation, que traçou um panorama sobre o impacto das medidas políticas, econômicas e fiscais adotadas pelo Governo Federal, entre 2020 e 2021, para influenciar planos de recuperação econômica verde no Brasil, com foco nos estados da Amazônia Legal.
A publicação é parte do estudo global “Mainstreaming Natural Capital Approaches in Economic Decision-Making” sobre recuperação econômica verde no contexto da COVID-19 e tem a participação de estudos de casos do Brasil, França, Índia e Uganda.
O documento aponta que a Amazônia, responsável por aproximadamente 60% do território nacional e bioma com a maior biodiversidade cultural do planeta, não foi considerada na elaboração e implementação das mais importantes medidas de recuperação econômica no país. Além disso, as principais atividades fomentadas na região são um risco ao bioma, às populações locais e à regulação climática do planeta.
O objetivo do encontro virtual também é mostrar a importância da economia verde dentro do processo de reestruturação pós-pandemia da COVID-19, quando a bioeconomia demonstra papel de relevância, capaz de promover estratégias para uma recuperação econômica abrangente.
O evento vai fomentar recomendações que sejam importantes para a realidade dos governos locais e nacionais, com a intenção de serem implementadas, trazendo também o debate para o qual, apesar de tantas oportunidades, a Amazônia ainda não foi incluída como grande fator econômico sustentável nas decisões do país.
O evento terá a moderação do superintendente-geral da FAS, Virgilio Viana, e a presença de especialistas para debater o assunto.
A facilitadora do Hub de Bioeconomia Amazônica, Marysol Goes, irá abrir o evento, que contará com apresentação do trabalho pelo consultor socioambiental responsável pelo estudo, Carlos Rigolo. No debate, também participarão três painelistas: a diretora de Mudanças Climáticas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) do Pará, Camille Bemerguy, o vice-presidente de Setor Privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e professor de Economia na UnB, Jorge Arbache, e o professor do Grupo de Economia do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (GEMA) da UFRJ, Carlos Eduardo Young.
“Muito se fala em recuperação verde, mas não há estudos que mostram o poder da bioeconomia como vetor da recuperação econômica. Por meio da apresentação do estudo produzido pelo Hub (de Bioeconomia Amazônica) e reunindo diferentes especialistas sobre o tema, queremos mostrar a importância da Amazônia no centro da economia e da política do Brasil, além de alinhar ações concretas e recomendações compatíveis à realidade amazônica para serem colocadas em práticas, buscando destacar a relevância da região. Além disso, mudar a realidade do país que, infelizmente, ainda está longe de ter uma recuperação centrada no capital natural”, explica a facilitadora do Hub de Bioeconomia Amazônica e coordenadora do estudo, Marysol Goes.
“O estudo vem para contribuir com o debate sobre a retomada verde na Amazônia pós-pandemia, buscando identificar como o capital natural tem sido impactado pelas medidas econômicas adotadas. Os resultados do estudo mostram que a maior parte dos recursos financeiros foram destinados a atividades com impacto negativo, o que chama a atenção, pois havia uma clara oportunidade de favorecer a economia verde na região”, afirma o consultor responsável pelo estudo, Carlos Rigolo.
Sobre a FAS
Fundada em 2008 e com sede em Manaus/AM, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil e sem fins lucrativos que dissemina e implementa conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável, contribuindo para a conservação da Amazônia. A instituição atua com projetos voltados para educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação, saúde e outras áreas prioritárias. Por meio da valorização da floresta em pé e de sua sociobiodiversidade, a FAS desenvolve trabalhos que promovem a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas, indígenas e periféricas da Amazônia.