O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) denunciou, em pronunciamento nesta quinta-feira (17), o aumento da criminalidade no seu estado, que, conhecido pelo título de “Terra da Luz”, passou a ser também, segundo ele, a “Terra da Violência”. Nesse sentido, apontou as estatísticas que mostram que em 2019 foram assassinados 2.256 cearenses, número que saltou para 4.037 em 2020, incluindo 692 crianças e adolescentes, em um crescimento de 56% em apenas um ano.
Para ilustrar a gravidade da situação, Girão disse que o Ceará se tornou o estado mais violento do Brasil, com 45,2 mortes por 100 mil habitantes, índice equivalente ao da Síria, país que, há mais de uma década, vive uma guerra civil. Acrescentou que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o limite máximo tolerável é de 10 mortes violentas por 100 mil habitantes.
O senador acusou o governo cearense de reduzir em 12% o orçamento da segurança pública, “apesar do aumento dos assassinatos e do crescente domínio das facções criminosas”. Lembrou que esses grupos, cujo principal negócio é tráfico de drogas, passaram a dominar comunidades inteiras, “a partir da omissão do governo estadual”.
— Falta ao governo um mínimo de competência e uma dose forte de coragem e vontade política para enfrentar o crime organizado no Ceará e devolver um pouco de paz à população para que um dia volte a ser efetivamente a Terra da Luz — disse.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)