Desde os últimos reajustes, de 4,85% na gasolina e 8,08% no diesel , promovidos pela Petrobras no dia 11 de janeiro, o preço do barril de petróleo já subiu 12%. O Brent, que serve de base para os preços no Brasil atingiu 90 dólares durante a semana, nesta sexta-feira (4) se aproximou dos 93 dólares.
O valor é o maior dos últimos sete anos. Parte do aumento se deve ao temor do mercado internacional conforme escala a crise entre Rússia e Ucrânia . O país governado pelo presidente Vladimir Putin é o principal fornecedor de petróleo e gás da Europa. Um eventual conflito pode desregular todo o mercado de combustíveis.
O petróleo WTI, usado como referência no país norte-americano, subiu US$ 2,01, ou 2,3%, e encerrou o dia a US$ 90,27 por barril. Desde 6 de outubro de 2014 o petróleo não ultrapassava a marca de US$ 90. Já o petróleo Brent, índice utilizado como referência no mercado, registrou alta de US$ 1,64, ou 1,8%, fechando o dia a US$ 91,11 o barril.
Em um ano, o preço do barril já subiu mais de 50%. No Brasil, em 12 meses, o preço médio da gasolina vendida nas refinarias da Petrobras aumentou 76% entre janeiro e dezembro de 2021, enquanto o diesel S-10 ficou 79% mais caro.
Os cálculos são do Observatório Social da Petrobras (OSP), com base nos comunicados divulgados pela companhia de janeiro de 2021 até agora. O levantamento mostra que, somente no ano passado, a gasolina sofreu 11 aumentos e cinco reduções de preços. Com o novo reajuste, o primeiro de 2022, são 12 elevações.
Desde que o PPI (Preço de Paridade de Importação) foi implementado, em 2016, no governo de Michel Temer, os combustíveis vendidos no Brasil acumulam uma alta muito acima da inflação. Nos últimos cinco anos, a gasolina para o consumidor final registrou um aumento real (considerando a inflação) de 42%, com reajuste nominal (sem ajuste da inflação) de 82%, e o litro do diesel S-10 superou a inflação em 35% e teve crescimento nominal de 73%.