É fato que a Globo vive uma crise sem precedentes. O corte violento de funcionários e de artistas com seus supersalários ao longo dos últimos anos, e intensificada na reta final de 2021, mostram que a situação financeira da emissora já não é a mesma de antes. Mas a empresa está à beira da falência?
A resposta é simples: não! Embora a crise econômica tenha afetado todas as emissoras do país, e ainda exista o agravante dos entreveros com o presidente Jair Bolsonaro, a Globo é a rede televisiva melhor amparada financeiramente.
E quem afirma isso é a Fitch, uma das maiores agências mundiais de classificação de risco de crédito. No levantamento publicado na última terça-feira (11), foi apresentado que a Globo tem a melhor base financeira entre todas as emissoras da América Latina.
Leia Também
O relatório aponta que a rede da família Marinho conta com R$ 12,1 bilhões em caixa e também em aplicações financeiras. E suas dívidas não chegam nem à metade do valor de segurança: “apenas” R$ 5,7 bilhões, que serão pagos a longo prazo.
Mais de 95% do valor dessa dívida deverá ser pago em três prestações: a primeira em 2025, a segunda em 2027, e a última em 2030. Os valores, de acordo com a Fitch, se referem a emissões em dólares. O restante compreende dívidas bancárias e alguns passivos, que deverão ser pagos até 2024.
A Globo conseguiu captar US$ 400 milhões neste mês com uma nova emissão de dívida, que vencerá somente em 2032. Com este dinheiro, ela recomprará as dívidas que têm vencimentos previstos para ocorrer entre 2025 e 2027.
Somente em março a Globo tornará público seu balanço referente a 2021, mas a Fintch estima que a receita líquida obtida foi de R$ 14,1 bilhões, um aumento de quase 13% comparado a 2020, quando fechou com a receita de R$ 12,5 bilhões. A projeção da agência para 2022 é que a Globo encerre o ano com R$ 15,7 bilhões.
“A forte posição de negócios da Globo, líder do setor brasileiro de mídia, é um pilar importante dos ratings. A empresa respondia por 34% da audiência televisiva nos primeiros meses do ano, chegando a 39% do horário nobre. A Globo também tem canais importantes de distribuição de seu conteúdo. A Globoplay está expandindo sua base de assinantes por meio de ofertas de pacotes e parcerias, que devem continuar desempenhando importante papel estratégico”, diz a Fitch.