O ano de 2021 está se encerrando, e ele foi aquecido para o mercado de carros seminovos e usados. Em dez meses, de janeiro a outubro, as vendas aumentaram quase 30% em relação ao mesmo período de 2020. Mas isso são águas passadas. O que esperar de 2022?
Pelo que vejo por aí, 2022 será promissor para o mercado de seminovos. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) não estima redução nos preços , pelo menos até meados do próximo ano.
O principal motivo é o dólar alto, o que impacta a importação de peças e insumos, consequentemente encarecendo os produtos produzidos no país. Isso reflete no valor do veículo para o consumidor final e abre margem para a expansão dos seminovos e usados .
Os carros novos, mesmo os modelos de entrada , estão com valores altos – dificilmente encontrados por menos de R$ 70 mil, o que leva as pessoas a repensarem a compra e buscarem alternativas nas opções de segunda mão, cujo valor, em alguns casos, se aproxima de um novo, por conta da supervalorização do mercado .
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Somado a isso, ao menos em São Paulo, o governo ajustou os impostos. A alíquota do ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços) aplicado na comercialização em concessionárias e lojistas do setor deve voltar aos patamares originais e baixar – em 2020 apresentou aumento de 200%.
Ademais, ao menos dez montadoras ao longo de 2021 paralisaram suas produções para tentar frear a crise sanitária, e pelo simples fato de a indústria não conseguir absorver a demanda de produção das peças, impactando os novos, que chegaram a ter fila de espera para compra. Essa movimentação não deve se repetir no próximo ano.
O segmento automotivo se recupera da crise, mas mudou de perfil, abrindo espaço para os seminovos, já que, para muitos, o cheirinho de carro novo vai ter que esperar a economia se estabilizar.