Pagar R$ 600 por ano em anuidades de cartão de crédito, ter faturas altíssimas e, ainda assim, acumular pontos que só servem para trocar por um liquidificador não é mais a única opção dos consumidores brasileiros. Com um empurrãozinho do Open Banking — processo de compartilhamento de dados e serviços financeiros pelas instituições autorizadas pelo Banco Central (BC) —, cada vez mais fintechs e corretoras oferecem cartões isentos de taxas e com inúmeros benefícios, incluindo até a conversão de despesas em investimentos.
Para quem tem pelo menos R$ 5 mil investidos na XP, a corretora oferece o Cartão XP Visa Infinite, sem anuidade, sem valor mínimo de fatura e com “Investback”. Clientes que fazem compras no marketplace ou no shopping XP, dentro do aplicativo, têm até 10% de retorno sobre a despesa. O valor acumulado vai para o Fundo Investback, que acompanha a taxa Selic e tem liquidez diária.
Usando o cartão de crédito da corretora há oito meses, o engenheiro Alan Sampaio, de 30 anos, diz que está satisfeito. Enquanto isso, os cartões do grande banco em que ele é correntista só ficam na gaveta.
“Recebi o cashback em investimento e achei muito satisfatório. Em cartões com milhas, o retorno costuma demorar”, compara o engenheiro.
O banco digital multimoedas Zro Bank, por sua vez, disponibiliza um cartão de débito bandeira Visa que concede em todas as compras 0,5% de cashback em bitcoins (criptomoeda). A emissão e o uso do cartão não geram nenhum custo para o cliente, que pode sacar o saldo em reais nos caixas do Banco 24h, sem taxas extras.
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“O cashback é pago em bitcoins imediatamente após a realização da compra, entregues livres e desimpedidos na conta do usuário no Zro bank, e ele pode fazer o que quiser com eles: converter em reais, deixar guardado em bitcoins no próprio Zro ou mesmo transferir para outra carteira de criptomoedas”, afirma Cazou Vilela, CMO do Zro Bank, que já planeja novidades: “Em 2022, pretendemos ampliar os benefícios e oferecer, por exemplo, o cashback multiplicado”.
Autônomos como público-alvo
Para além de cashback em investimentos, as fintechs já dispõem de inúmeras opções de cartões de crédito sem tarifas, adequadas aos mais diferentes perfis de clientes. A fintech Zippi, por exemplo, lançou em outubro do ano passado o primeiro cartão de crédito do país com fatura semanal, disponível inclusive para quem está negativado. O objetivo é ajudar trabalhadores autônomos a controlarem as suas finanças.
“A gente enxerga que os autônomos hoje são desamparados pelas instituições tradicionais. Se você é manicure, cabeleireira ou motorista de aplicativo, você ganha dinheiro picado. E tem que gastar para ganhar também, seja em cosméticos ou em gasolina”, analisa André Bernardes, CEO da Zippi: “Nessa dinâmica de girar muito dinheiro, faltava capital de giro para manter o negócio. Com o cartão Zippi, quando se paga a fatura, já tem todo o limite liberado de novo, mesmo em fim de semana ou madrugada”.
Para solicitar, o interessado precisa fazer um cadastro pelo site www.zippi.com.br e, após aprovado, enviar os documentos pelo app. As faturas fecham aos domingos e podem ser pagas até as quartas-feiras.