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Em busca do hexa, Brasil estreia no Mundial na quinta-feira, contra a Sérvia, no Catar, e o ge listou as principais informações sobre a equipe de Tite

Por Redação do ge — Doha, Catar

A seleção brasileira estreia na Copa do Mundo do Catar nesta quinta-feira, às 16h (de Brasília), contra a Sérvia, no estádio Lusail. E o ge montou uma lista com as 10 informações que você precisa saber antes de começar a acompanhar a busca da equipe de Tite pelo hexacampeonato mundial. Confira abaixo:

1. Neymar chega em alta…

Principal nome desta geração, o atacante do Paris Saint-Germain chega ao Catar em grande nível. O camisa 10 da seleção brasileira não sofreu lesões nos últimos meses e participou de 91% dos jogos do PSG, perdendo apenas dois por suspensão. Artilheiro do Brasil no ciclo desta Copa do Mundo com 18 gols, Neymar tem números impressionantes na temporada pelo clube francês: 15 gols e 12 assistências em 20 partidas.

2. … mas a Seleção depende menos do Ney

Ainda que a boa fase de Neymar seja muito importante para a equipe de Tite, este ciclo fez diminuir bastante a dependência que a equipe tinha de seu principal jogador. Inclusive, o último título da Seleção, a Copa América de 2019, foi sem ele, que estava machucado.

Outros destaques ofensivos foram surgindo, como Vinicius Júnior, que carrega a grande dúvida para a estreia: ele será titular, em um esquema mais ofensivo, junto de Raphinha, Ney e Richarlison? Ou ficará como opção no banco, dando espaço a Fred junto de Casemiro no meio, com Paquetá mais adiantado? Diferentemente do ciclo anterior, além de não ser dependente de seu camisa 10, a Seleção tem mais de um jeito de jogar.

Neymar durante sessão de fotos da seleção brasileira — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Neymar durante sessão de fotos da seleção brasileira — Foto: Lucas Figueiredo/CBF

3. Não faltam opções no ataque

Com o aumento de 23 para 26 convocados, Tite decidiu privilegiar o ataque, e Brasil e Bélgica são as seleções com mais atacantes convocados para o Mundial: nove cada um. O dado é significativo, já que este é o maior número de opções na frente para a seleção brasileira desde a Copa de 1950, quando foram chamados 10 jogadores para o setor.

Neymar, Vini Júnior, Antony, Rodrygo, Raphinha, Richarlison, Pedro, Gabriel Jesus e Martinelli são os atacantes de um grupo que passou por uma mudança após a derrota na final da Copa América de 2021 para a Argentina. Veio esta geração “perninha rápida”, como definiu o próprio Tite, que buscava avançar na força ofensiva da equipe. Além de muitas opções, ele tem muitos jogadores em boa fase.

4. Regulamento favorece “perninhas rápidas”

A partir da pandemia do coronavírus, a Fifa instituiu a possibilidade de serem feitas cinco trocas por jogo. E isto pode ser uma arma bem usada por Tite nesta Copa do Mundo, especialmente pela fartura no ataque, um setor que costuma gerar mais mudanças durante os jogos pelas condições físicas.

– Concordo que 26 te dá mais opções. No aspecto ofensivo te dá mais possibilidades. Pelo fato de ter experiências no mundo árabe, eu sei do aspecto físico. A perna vai inchar. A condição física é um fator importante. Ter essa opção de jogadores de velocidade e qualidade técnica é importante – resumiu o treinador.

Éder Militão, Vini Júnior e Pedro, sorridentes, na concentração da Seleção — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Éder Militão, Vini Júnior e Pedro, sorridentes, na concentração da Seleção — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

5. Novatos ganham espaço e chegam bem

Dos 26 jogadores convocados por Tite, 16 vão fazer a estreia em uma Copa do Mundo. A Seleção passou por um processo de rejuvenescimento especialmente a partir da conquista do ouro olímpico em Tóquio, ano passado. Daquele grupo, nomes como Bruno Guimarães (25 anos), Martinelli (21), Antony (22) e Richarlison (25) também estão no Catar. Além deles, Rodrygo (21) e Vini Júnior (22), destaques do Real Madrid, são peças importantes no grupo.

6. Defesa continua sendo um forte

Ainda que se fale mais das opções no ataque, Neymar e o talento dos jogadores de frente, o Brasil continua tendo na solidez defensiva um dos seus alicerces. Esta é uma marca na era Tite, tanto que nos 76 jogos sob seu comando a Seleção levou apenas 27 gols (média de 0,35 gol/jogo) e na maioria deles passou sem ser vazada (51 vezes).

7. Três goleiros em alto nível

Alisson é o dono da meta da seleção brasileira, mas os três goleiros convocados chamam a atenção pelo alto nível demonstrado tanto na Europa quanto no Brasil.

O titular do Liverpool, escolhido o melhor da posição em 2019, e Ederson, do Manchester City, figuram constantemente na lista de premiações dos melhores do mundo – ambos vão concorrer, inclusive, à Bola de Ouro neste ano. Weverton, multicampeão pelo Palmeiras, vem de mais uma temporada segura pelo atual campeão brasileiro, também.

Ederson, Weverton e Alisson, goleiros da Seleção — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Ederson, Weverton e Alisson, goleiros da Seleção — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

8. Outro estilo de lateral

Na conquista do pentacampeonato, o Brasil tinha os laterais Cafu e Roberto Carlos como grandes nomes daquela equipe, com jogadas de ataque na linha de fundo, mas na atual geração as funções mudaram.

Especialmente na esquerda, em que historicamente os laterais eram bem ofensivos, Alex Sandro chega para a Copa do Mundo como um lateral mais defensor, que não vai tanto à linha de fundo. Com ele, Tite pode escalar mais um atacante como titular na frente, no caso Vinicius Júnior.

Na direita, Danilo chegou até a atuar como um terceiro zagueiro na Juventus, e quando a Seleção usa três jogadores para fazer a saída de bola na defesa, ele fica mais preso junto dos defensores, liberando o lateral-esquerdo.

Nos dois setores, Tite teve problemas, já que Arana, do Atlético-MG, estava cotado para ser o outro lateral-esquerdo e se lesionou. Do outro lado, Daniel Alves agrada por ser um lateral que constrói o jogo, até por dentro, mas vem de uma temporada atribulada, com passagem apagada pelo Pumas, do México.

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9. Os recordistas na Copa

Esta Seleção terá alguns recordes, a começar por Thiago Silva. O zagueiro se juntará a Castilho, Nilton Santos, Djalma Santos, Pelé, Leão, Cafu e Ronaldo Fenômeno como os únicos a disputarem quatro Mundiais.

Daniel Alves, aos 39 anos, é o jogador mais velho a ser convocado pela Seleção para uma Copa do Mundo, enquanto Neymar está perto de atingir a marca de Pelé como maior artilheiro da história do Brasil (nas contas da Fifa). O Rei do Futebol tem 77 gols, e o atual camisa 10, 75.

Na comissão técnica, Tite pode igualar Dunga e se tornar o terceiro técnico com mais jogos na história da seleção brasileira (83 cada), atrás apenas de Carlos Alberto Parreira (98) e Zagallo (123). Para isso, o treinador precisa levar o Brasil até a decisão no Catar.

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10. Cansaço liga sinal de alerta

Se há algo a se cuidar no Brasil é a parte física. De acordo com relatório da Fifpro, o sindicado mundial de jogadores, a Seleção chega ao Catar como a mais cansada – ou a mais preparada – das 32 que vão disputar a Copa do Mundo.

A Fifpro levou em conta dois fatores: número de minutos em campo na atual temporada dos jogadores convocados e quantidade de “jogos seguidos” disputados por cada um.

O sindicato considera “jogos seguidos” aqueles disputados com menos de cinco dias de descanso entre um e outro. O Brasil está no topo da lista por uma combinação destes dois fatores.

Os jogadores da Seleção somam o segundo maior número de minutos em campo nesse período – 135.078, pouco a menos do que os de Portugal e seus 135.237 minutos. Mas o Brasil tem mais carga de minutos em “jogos seguidos” (58% do total) do que Portugal (54%), o que leva a entidade a concluir que a seleção brasileira tem a maior carga de trabalho acumulada na última temporada e meia.

(*) Está matéria pertence ao GE