Desde que o trágico caso de suposta negligência médica envolvendo a morte de uma criança no Hospital Rio Amazonas veio a público, nossa redação tem recebido uma série de relatos comoventes de outras famílias que enfrentaram situações semelhantes dentro da unidade hospitalar. Esses relatos apontam para possíveis falhas no atendimento médico e destacam os impactos da negligência na vida de seus filhos.
O relato é do pequeno Theo Augusto de atualmente tem 4anos, Roseane Barros, mãe da criança, relatou a nossa redação, que a vida de seu filho e a de sua família mudaram devido a um suposto procedimento médico inadequado. Uma criança que nasceu com uma condição muscular chamada artrogripose múltipla congênita, na qual não o impediria de viver uma vida normal e saudável até a idade adulta.
De acordo com o relato da mãe, a criança entrou na unidade hospitalar Hapvida Cachoeirinha/Rio Amazonas, no dia 10/06/21, pela manhã às 10h, solicitando cuidados pois apresentava um quadro febril e de cansaço. Na emergência foi realizado um procedimento de resgate do cansaço, na qual, por decisão médica decidiram entubar. Após a intubação ele foi transferido para a unidade de terapia UTI, onde permaneceu 19 dias entubado, e tentaram por somente duas vezes extuba-lo sem sucesso pois o mesmo se encontrava com medo, com trauma e com pânico de respirar sozinho por todo o ocorrido que ele foi submetido.
Por decisão dos profissionais que atendiam a criança, foi orientado a família que o Theo deveria realizar uma traqueostomia, o procedimento ajudaria o menor a respirar sozinho e sair da ventilação mecânica. Com o passar dos dias, várias intercorrências ocorreram, e a criança acabou pegando bactérias hospitalares.
Theo foi decanulado várias vezes, pois duas vezes a cânula fugiu, sendo necessário novamente intuba-lo pela boca até recolocar novamente a cânula.
Ele foi submetido a ter que ir quatro vezes para o centro cirúrgico para que fosse realizados acessos centrais, onde de acordo com a mãe, o último acesso não haveria necessidade de ser realizado, deixando cicatrizes na região da subclávia. Theo acabou sendo diagnosticado com uma pneumonia bacteriana.
“Theo foi diagnosticado com uma pneumonia bacteriana chamada Staphylococcus Aureus, onde foi tratada e depois dentro do hospital se infectou com outra bactéria chamada Pseudomonas no qual pela boca da médica plantonista ele estava com Sepse, uma infecção generalizada e foi novamente tratado com antibióticos,” explicou Roseane.
No decorrer dos dias, Theo apresentou melhoras nos exames de sangue, descartando total quadro de Sepse. No dia 18/07/21 em um domingo, os pais relataram melhora clínica no filho, a criança estava ativa, hipocorado, hidratado, afebril, anictérico, acianótico, estava saudável em tudo. Mas ao chegarem no dia seguinte, se depararam com uma situação nada agradável, a criança estava com uma sonda urinária, um acesso periférico na mão, sedado, inchado, com as pálpebras inchadas e totalmente inconsciente.
Aos pais, foi relatado que o menor na tarde daquele dia teve uma intercorrência, que de acordo com a mãe, foi na verdade ocasionada pela fisioterapeuta que estava responsável pela máquina de ventilação, além de ter submetido a criança a um desmame forçado. Theo começou a fadigar e sofreu uma parada cardiorrespiratória, pois estava sozinho no momento do ocorrido, sem a supervisão devida de médicos, enfermeiro, técnicos e da própria fisioterapeuta que deveria está o acompanhando.
Theo se encontra em estado comatoso desde aquele dia 18/07/21, os exames anteriores mostram uma ressonância e tomografia catastrófica se comparado aos exames anteriores onde o menor apresentava somente uma condição muscular fraca e hipotonia.
“Agora em Julho fará 2 anos que o Theo está em coma vegetativo. Insumos, produtos de alimentação, materiais de higiene, equipamentos hospitalares, tratamentos alternativos, terapias alternativas, nada disso Hapvida nos fornece. Hoje infelizmente Theo é vítima de negligência médica e hospitalar, como um todo, onde sua vida e de sua família foram interrompidas, mudadas de rumo, tiraram a vontade dele de crescer e estudar e ter uma vida feliz dentro das limitações que possuía mas, era considerado normal. Hoje aos 4 anos em estado comatoso vigil vegetativo não anda, não fala, não interage, respira 24 horas por aparelho vital, ventilação mecânica, e se alimenta por sonda de gastrostomia”, finalizou a mãe da criança.
Hoje o menor infelizmente se encontra em coma com laudo de encefalopatia, Hipóxico Isquêmica e insuficiência respiratória crônica. Sem nenhuma previsão ou diagnóstico de melhora ou de despertar, deixando essa família totalmente revoltada por ter confiado nos cuidados clínicos da unidade hospitalar da Hapvida. Esses relatos reforçam a necessidade de uma investigação minuciosa sobre o funcionamento e os protocolos de atendimento do hospital citado. A preocupação é que as falhas identificadas possam ser sistemáticas, podendo impactar a vida de outros pacientes e suas famílias.
Diante dessa situação, nossa redação entrou em contato com a assessoria de imprensa da Hapvida, responsável pelo hospital, para obter um posicionamento sobre as denúncias recebidas. De acordo com eles, os casos serão investigados pela central para uma futura resposta.
“Não sei se consigo uma resposta ainda hoje para você, tendo em vista que preciso falar com a nossa central de Fortaleza e apurar a demanda. Assim que tiver te envio querida. Tem o nome e contato do responsável dessa criança. O intuito é também acolher a família e resolver o problema”, disse o assessor. É imprescindível que a voz dessas famílias seja ouvida e que as medidas necessárias sejam tomadas para assegurar um atendimento de qualidade e com respeito à vida humana dentro das instituições de saúde.
É fundamental que as autoridades competentes investiguem todas as reclamações apresentadas, garantindo a transparência, a responsabilização dos envolvidos e a implementação de medidas corretivas para evitar que outras famílias passem por situações semelhantes.
Continuaremos acompanhando o desenrolar desses relatos e mantendo nossos leitores informados sobre quaisquer atualizações e ações adotadas pelas autoridades competentes.
Por: Camili Vitória.